Non, rien de rien...
Non, je ne regrette rien...
Non, je ne regrette rien...
Somos nosso passado em ato. E, como na célebre canção "Non, je ne regrette rien" [Não me arrependo de nada] , uma vez que tudo me precede me leva a ser aquele que sou hoje perante vocês e perante mim mesmo. Numa palavra, somos nosso passado atualizado, o que digo, somos nosso inconsciente atualizado; um inconsciente que não está atrás de nós mas dentro de nós, recolhido no aqui e agora do ato que marca o que acabamos de executar. Quando Édith Piaf canta "Non, rien de rien, je ne regrette rien" [Não me arrependo absolutamente de nada], não é uma neurótica que se lamenta e gostaria de reconstruir seu passado. Ao contrário, é um sujeito orgulhoso de seu passado, ainda que tenha sido às vezes tempestuoso, um sujeito em consonância consigo mesmo e, para resumir, em paz com o próprio consciente.
J. - D. NASIO in Por que repetimos os mesmos erros - 2013 - Ed. Zahar
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