31 janeiro 2015

Non, je ne regrette rien.


Non, rien de rien...
Non, je ne regrette rien...


Somos nosso passado em ato. E, como na célebre canção "Non, je ne regrette rien" [Não me arrependo de nada] , uma vez que tudo me precede me leva a ser aquele que sou hoje perante vocês e perante mim mesmo. Numa palavra, somos nosso passado atualizado, o que digo, somos nosso inconsciente atualizado; um inconsciente que não está atrás de nós mas dentro de nós, recolhido no aqui e agora do ato que marca o que acabamos de executar. Quando Édith Piaf canta "Non, rien de rien, je ne regrette rien"  [Não me arrependo absolutamente de nada], não é uma neurótica que se lamenta e gostaria de reconstruir seu passado. Ao contrário, é um sujeito orgulhoso de seu passado, ainda que tenha sido às vezes tempestuoso, um sujeito em consonância consigo mesmo e, para resumir, em paz com o próprio consciente. 



J. - D. NASIO  in  Por que repetimos os mesmos erros - 2013 - Ed. Zahar


Parque do Ibirapuera - SP